São pessoas que estão fora de seu país de origem devido a fundados temores de perseguição relacionados a questões de raça, religião, nacionalidade, pertencimento a um determinado grupo social ou opinião política, como também devido à grave e generalizada violação de direitos humanos e conflitos armados. 

Nossa atuação principal com a população refugiada gira em torno de três eixos. Primeiramente, como instituição de educação, capacitamos e empoderamos pessoas refugiadas através das nossas formações iniciais e continuadas. No segundo momento, atuamos também na empregabilidade, contratando as pessoas formadas na instituição para ministrar as nossas experiências de aprendizagem. E, ao longo destes processos e como consequência dos mesmos, contribuímos diretamente na criação de soluções de integração duradouras e estáveis para os nossos beneficiados.

Também atuamos e contribuímos para a causa do refúgio criando e promovendo conteúdos e eventos culturais que conscientizem o público sobre a questão da migração forçada e apoiamos empreendedores em refúgio prestigiando e divulgando os seus trabalhos e serviços.

A equipe de professores é composta por pessoas em situação de refúgio ou por migrantes em vulnerabilidade social do Sul global. Ou seja, todos os professores têm como origem países da América Latina, da África ou do Oriente Médio. Temos professores de países como Benim, Camarões, Colômbia, Cuba, Egito, Haiti, Honduras,  Líbano, Marrocos, Nigéria, Palestina, Quênia, República Democrática do Congo, Síria, Togo, Uganda e Venezuela.

A formação didática inicial e continuada dos professores é um dos pilares para o funcionamento da Abraço Cultural enquanto instituição de educação. Após um processo seletivo que avalia, entre outros aspectos, o domínio do português e da língua estrangeira e o trabalho colaborativo, os selecionados passam por uma formação inicial. Composta por encontros síncronos e atividades assíncronas, a formação inicial aborda temas como as metodologias e as abordagens para o ensino de idiomas, o papel do professor e do estudante num processo de aprendizagem ativa, os níveis de apropriação de um idioma no Quadro Comum Europeu de Referência, entre outros. Uma vez integrados à equipe, os professores passam por uma formação continuada mensal, propondo a descoberta ou o aprofundamento de temáticas e de técnicas cruciais ao aperfeiçoamento das práticas de ensino e aprendizagem.

Todos os nossos cursos e experiências de aprendizagem são referenciados, majoritariamente, por perspectivas que valorizam o Sul global. Professores e equipe administrativa contribuem com as suas vivências, aprimorando constantemente nosso portfólio cultural. Nosso objetivo, no entanto, não se limita ao aumento de repertório: queremos que as pessoas, durante os processos de aprendizagem, possam (re)conhecer suas identidades, decolonizar seu olhar e, principalmente, experimentar novas possibilidades de ser e de estar no mundo. Estudar na Abraço é, portanto, uma oportunidade de ter acesso a uma seleção de conteúdos atravessada pela perspectiva intercultural e decolonial.

Pelo caráter de organização sem fins lucrativos, a receita proveniente dos cursos é uma das formas de garantir a autossuficiência financeira e a viabilidade das ações da instituição. Assim, o propósito de empregabilidade e geração de renda para pessoas refugiadas e migrantes, através da educação, está intrinsecamente relacionado aos valores pagos pelos estudantes para fazer os cursos.

A Abraço Cultural oferece cursos de árabe, espanhol, francês e inglês de forma online ao vivo ou presenciais nas unidades da Tijuca (Rio de Janeiro) e de Pinheiros (São Paulo). Anualmente são oferecidas 4 edições de cursos em dois ritmos de aula distintos: os cursos intensivos (um módulo do idioma em um mês, comumente realizados nos meses de janeiro e julho) ou extensivos (um módulo do idioma em cerca de 4 meses, comumente realizados entre os meses de março e junho e agosto e novembro).